quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Boas Festas" por Marilyn


Nossa nós já estamos no fim do ano de novo, e adivinha só, pela primeira vez vou estar solteira, pelo menos é o que tudo indica, a não ser que na estrada ou na travessia para Ilha eu tope com o cara mais sensacional, engraçado, interessante e charmoso, e a gente se curta, e a gente se queira mutuamente... Bom, mas isso é só uma viagem que se acontecer (não custa imaginar que sim!) eu conto pra vocês depois.

A questão é que desde os dezesseis anos eu sempre estava namorando, foram muitos fins de ano apaixonada, dedicando amor a alguém e o manifestando em presentes caros, em cartões melosos, essas coisas (eu fico muito sensível nesta época!).

Do “Boas Festas” para mim só o Réveillon é especial, o Natal é meio controverso porque minha família é do contra, comemoramos no dia 25, isso mesmo, no feriado, enquanto a maioria está de ressaca da noite anterior porque comeu ou bebeu demais, a festa, na casa da minha tiavó está a toda, cercada de parentes e amigos. Tem seu charme porque tudo na casa inspira elegância, excentricidade e cultura, é como respirar um ar mais doce e viajar ao passado de menina, mas pensando nas convenções da sociedade que o Natal é dia 24, me sinto só e não tenho a fuga habitual da casa do namorado, não este ano.

Enfim, já chega dessa baboseira sentimental, o que me impressiona é a transformação da vida, ano passado eu tinha um namorado e companhia para a noite do dia 24, assim como a do Ano Novo, estava amando e era recíproco, virando e revirando noites sob as estrelas da minha Ilha Maravilha, completamente envolvida pela aura majestosa de Iemanjá, com meus amados amigos, tudo no seu lugar, e agora eu tenho única e exclusivamente a mim, tudo bem que os amigos estarão lá, mas deixou de ser tão importante estar com alguém nesta época, e isso me assusta.

Espanta-me essa serenidade. Sem ansiedade, cigarros, necessidade de flerte, telefonema ou carência. Se isso é plenitude acho que eu extrapolei a meta. Não pareço a Marilyn que se descabelaria agorinha mesmo e estou com medo que essa completude faça com que eu veja só espaços vazios nas pessoas, e em contrapartida elas não me percebam de tão egocêntrica que eu possa parecer, porque quem não quer beijar na boca, olhar nos olhos de alguém especial, mesmo que por uma noite, e sentir alguma coisa beliscar o estômago? Eu quero e você?

Bjs Hollywoodianos de Natal e Ano Novo pra todos.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

08/12 - Dia de Iemanjá


Iemanjá,


Que tudo o que desejo e sonho se torne realidade


Que tudo que posso e não posso, seja executado com perfeição


Que tudo o que dói desapareça


Que todo amor seja verdadeiro enquanto dure


Que tudo que lateja seja aliviado...


Minha mãe proteja-me do desamor, do desapego, da inimizade,


das energias negativas e de todos os males.


Me lava com tuas águas!
Uma Prece:

Poderosa força das águas. Ianê Janaína, Sereia do Mar.
Saravá minha mãe Iemanjá!
Leva para as profundezas do teu mar sagrado.
Odoiá...todas as minhas desventuras e infortúnios.
Traz do teu mar todas as forças espirituais para alento de nossas necessidades.
Paz e esperança, Odofiabá... Saravá minha mãe Iemanjá!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Marilyn X Casamento


Eu fico revoltada em casamentos. Não, não me sinto frustrada por ter trinta e não ser casada se é isso que você está pensando, tenho um traumazinho pelo passado: fui traída, iludida pela ideia de um amor para sempre e mais seis meses (nada mais normal!), mas aquela atmosfera de felicidade forçada, como se você tivesse que mostrar para o mundo/sociedade a obviedade do seu amor e justificá-lo aos céus, pô isso mexe comigo no sentido negativo da coisa, pior que isso só a visão retrógrada do papel da mulher no casamento, que é o que me faz morder a língua sempre.
Tudo bem se você questionar o que digo, é apenas a minha opinião, mas ser expectadora é quase tortura pra mim, por isso sou muito seletiva, vou apenas aos de grandes amigos e familiares. Tudo me incomoda: o banco da igreja, que depois de uma hora sentada faz eu não sentir minha bunda; algumas gafes, tipo a do padrinho tirar fotos dos noivos no altar, mesmo sabendo que tem um fotógrafo profissional para isso, e na recepção, a música e comida ruins.
Ah, mas o que fica no topo da minha lista, o que me alfineta ao ponto de eu querer indagar em voz alta, é o sermão que o padre/pastor/rabino profere, aquele papo de que o homem é ‘o cabeça’ da família e que a mulher deve obediência ao esposo. Eu fico a ponto de vomitar com esse discurso mais retrógrado e prolixo. Pro lixo com isso! É um absurdo que em pleno século XXI, dada as mudanças sociais, comportamentais e políticas ainda se escute tamanha asneira. Nós mulheres já queimamos sutiãs, já nos revoltamos contra os padrões impostos pela sociedade do século passado e por isso conquistamos o direito ao voto, à igualdade social, direito à integridade de seu corpo, à liberdade e tantas outras vitórias, não somos mais meras donas-de-casa e mães, somos mais complexas que isso, somos muitas coisas, profissionais-amantes-esposas-presidentas... E depois ainda sou obrigada a me emocionar em casamentos?! Chorar só se for de raiva.

Aí você me pergunta: Não tem nada de legal em casamentos pra você? Não é possível! Nem a boca livre? Tem sim, duas coisas, a primeira é o ‘open bar’, aquele festival de drinks coloridos, whisky e cerveja (adoroooo) e a segunda é o festival de erros e acertos de vestuário dos convidados, “um must”. Tem de tudo: calça Jeans, camisa ¾, uso de cores extravagantes em tecidos mais extravagantes ainda, plataformas por debaixo dos vestidos longos, vestidos curtíssimos, acessórios gigantes... E muito mais. É engraçado de ver, distrai até, mas não é legal pela perspectiva do que a cerimônia impõe, do que ela representa para quem acredita nela, tudo bem que quem deve estar de arrasar são os noivos, mas gente, pelamordeus, há que se respeitar a formalidade, a etiqueta e vestir-se adequadamente para o evento, escolher o vestido da cor e cumprimento adequados, pentear, alisar, esticar, prender o cabelo, sei lá, mas tem que honrar quem julga ser este, um dos momentos mais importantes da sua vida, e mesmo que eu não priorize isso para minha vida costumo justificar o sentimento que sinto pelo casal, através de uma postura elegante não só na aparência, mas na maneira de lidar com as minhas convicções.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hoje Por Marilyn Ditadora


Hoje eu fumei um cigarro só para provar que eu sou livre no meu desapego da mesma forma em que posso me livrar dele. Fica só o trabalho pra minha cabeça dolorida de tanto pensar.

Assim como outro dia eu trôpega despejei algumas palavras torpes no ouvido alheio de tanto que elas me ensurdeciam e eu tentava afogá-las no meu status de mulherzinha-trintona-nem-aí-pra-qualquer-coisa-que-fosse. Pura mentira. Eu to aí sim para um monte de coisas: pra essa indiferença momentânea que brota dele, pros comentários que não são escritos neste blog que eu não sei se alguém lê, pro telefone que não toca, pro e-mail que não chega, pras coisas que eu sinto e que eu deixo quietas num canto, coisas que eu não tenho muita coragem de evidenciar e principalmente pra esse desejo que vive me acordando no meio da noite, uns suores, uma quentura, coisa que eu tenho certeza que não é menopausa (antes que alguém dê a ideia!).

Pô não faço questão de papel passado, anel de compromisso, apelidos de amor... Faço questão de um desejo que seja recíproco, de um querer que não se atenha no coração e que seja expresso, de um sexo cheio de excitação e gozo, de um cinema de mãos dadas, de uma conversa de olhos nos olhos, onde a única coisa a ser dita é a verdade sempre, de alguma coisa que não seja evitada, que se deixe rolar, que haja certo entrosamento, que se perceba que os sentimentos, sejam eles quais forem já existem, o resto é conseqüência da vida mesmo, e só. Ponto. Mas tá tudo tão complicado que eu me sinto brochando por querer desabrochar um sentimento qualquer.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Hoje é Dia D


Hoje eu quero escancarar algumas coisas que andam trancadas, que eu finjo que não vejo. Não, eu não vou falar do que acelera meus batimentos cardíacos, nem vou falar do mistério da paixão, do desassossego da ansiedade, dos escárnios sobre o ser amado e muito menos da beleza do amor. O que eu vou falar é da realidade da pobreza, pobreza social, econômica do meu estado, aquela que me deparo todos os dias por trás dos meus mais fúteis sentimentos, por trás do meu wayfarer vermelho e a mesma que enxergo com os cabelos esvoaçantes ao passar apressada pilotando a minha Vespa 1963.

Sim hoje é dia D. Hoje é dia de Marilyn, de Marilyn cidadã, não ditadora. É dia das minhas convicções, mas também da flexibilidade em escutar a opinião alheia, democraticamente discordar ou concordar, escolher assimilar ou não, mudar ou não, votar ou não, enfim, olhar para outras coisas e pessoas que não sejam o meu próprio umbigo, coisa que, diga-se de passagem, eu não me orgulho em assumir, assumir que estou meio alienada no que diz respeito ao cenário político, que meus argumentos, meu discurso está mais apaixonado do que deveria e que na verdade estou mais ‘in’ na moda do que na política, mas eu estou aqui, consciente da minha situação, de que preciso descobrir uma porrada de coisas.

Então eu percebi que eu precisava sentar a bunda na frente do meu Notebook burguês e pesquisar, seja sobre a validade dos votos brancos e nulos ou as propostas dos candidatos, e ao mesmo tempo observar com mais cuidado para a minha, a nossa realidade desta cidade de mangas voadoras, desse estado que não vai sediar a Copa, tudo bem que a Copa traria investimentos ao estado e blá blá blá, mas passou, já era, pelamordedeus vamos deixar pra lá todas essas conjecturas, todas as coisas supérfluas e pensar mais na educação que hoje é a lanterninha do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), nas filas dos postos de saúde, nos baixos índices de desenvolvimento econômico, no trabalho escravo, infantil, nos conflitos de terra e na violência diária. Vamos parar pra pensar e deixar de dizer que nunca o Pará foi essa Coca-Cola toda e que nunca vai ser. Vamos pensar em soluções porque eu não aguento mais olhar praquele senhor deficiente, morador de rua e não poder fazer nada, nada no sentido de lhe dar mais atenção, saúde e moradia, o máximo que eu posso fazer é me solidarizar, doar alguma coisa e votar pra ver se algum político faz alguma coisa por ele, por nós, pelo Pará, pelo Brasil... Mas quem??? “E agora: Quem poderá nos defender?”

Vamos dar um ‘plus’ no Pará, no Brasil com o nosso voto consciente. Vamos pensar melhor!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Não Pensar.




Nossa eu penso muito. Seja na minha cama King Size vazia, seja no meu trabalho com as palavras, tudo bem que é o que me permite criar, desenvolver ideias, mas pô bem que podiam ser mais direcionados esses pensamentos, não ficar dando vazão aos ais que me interrompem vez ou outra. Estou aqui na frente do meu notebook burguês e não consigo parar de pensar nele. Não consigo parar de pensar que o telefone tem que tocar. Não consigo parar de pensar que eu preciso vê-lo, mas que dessa vez ele precisa tomar a iniciativa:
Sexo por paixão ou por amor, por favor!
Dois chops pra enfeitar tudo e nada mais.
Um filme para variar. Uma viagem praquela Ilha maravilha.
Uma soltura de sentimentos. Um encantamento.
Um encaramento descarado. O que mais possa acontecer. Da parte dele pra mim.
De toda parte. Do baixo ventre à boca, do cafuné ao olhar carinhoso, admirado.
Sim. É ele - aquele a quem meu corpo pede com a quentura do fogo me acordando de madrugada sem fôlego e de boca seca e eu me encontro assim, cada dia menos ditadora dos meus sentimentos, minhas atitudes e antes eu era tão senhora de mim e tão absoluta por não sentir nada. Nada me assaltava tirando o meu sono, nada me inundava, nada tirava o meu olhar criterioso do mundo, nada arrancava o sorriso e o sarcasmo do meu rosto, mas agora tem ele, que somado à minha criatividade absurda nas associações me traz à tona um milhão de querências que eu até tenho vergonha de contar. De ligar. De esvaziar tudo o que está cheio aqui no meu coração, na minha mente. Todas as dúvidas, todas as inundações de desejo, todas as inanições de comê-lo, todas as inseguranças de perdê-lo para outra qualquer ou para as outras que em mim habitam.

“...Rabisco


teu nome no meu corpo


quando a fome do encontro


me atiça e eriça as lembranças


do mar...” (Sandra Regina – Blog Feita Em Versos).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Gula


Enquanto uns tem fome, desejam veementemente por viverem com dignidade, eu cometo o pecado da gula – vontade incontrolável de comê-lo. Me acomete a vontade de braços, de movimento de corpos, e não os tenho pura e simplesmente por que eu preciso parar e colocar na cabeça que às vezes eu não me caibo, que eu preciso esperar o movimento do mundo, então eu tô assim com os nervos à flor da pele pedindo Ilha, a boca seca salivando beijo, a mão crispada querendo a dele, padecendo da síndrome da coitadinha que eu abomino e com razão, tadinha, toda bobinha esperando uma ligação, um convite, fazendo propaganda do meu desejo, me benzendo na frente das igrejas pra que o rol de santos me conceda essa graça tão irracional, de animal ávido de carne, de paixão, de amor (arg!) me deu até ânsia de vômito. Parei e já chega. Se ele não ligar, não vier me carregar e me jogar de encontro ao corpo dele paciência! Vou arrancá-lo da cabeça com 33 marteladas, me focar em todos os ganchos propagandísticos a que me submeto diariamente, olhar para a sujeira do mundo com olhar de tristeza, de rebeldia, encarar nos olhos todas as pessoas que passarem por mim (quem sabe alguém me enxerga de verdade!) e sim, continuarei sendo a mesma mulherzinha-trintona-rouca-neurótica-tresloucada da minha cabeça faminta a amar por aí, pelo menos alguma coisa ainda bate aqui dentro, seja a cabeça ou o coração.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sem Pausas, Sem Esperas.




Eu não sei lidar com esperas: esperar uma ligação, uma iniciativa, uma declaração. Se já aconteceu tudo o que deveria, se já beijou, se já viu os contornos, ventre embargado e se tudo o mais foi bom... O que esperar? Por que não curtir mais um pouco todas essas emoções? Eu não entendo tanta dificuldade.
Sempre esse vai-não-vai das relações humanas. Cansei disso. Cansei de esperar um convite e gastei meu último dinheiro, o mesmo que me proporcionaria desfrutar da companhia dele, com Martha¹, pelo menos sacia minha fome por mais uma emoção no bolso e desacelera meu coração por essa busca desenfreada de mais cinco minutinhos.
É o cúmulo mesmo. Eu com 30 à espera de mais alguma coisa. À espera de algo que sacie, de algo que surpreenda, mas surpresa boa por favor! O que adianta ter toda essa independência de pagar as contas, ganhar dinheiro, fazer o que gosto, escrever o que sinto e estar bem resolvida quanto ao que quero se tenho observado tantos julgamentos errôneos?
Eu lutei por muito tempo contra os meus pudores, meus medos, minhas ilusões. Deixei de acreditar em príncipe encantado, amor pra sempre, e que tudo vai ficar bem. Não! Não é bem assim que as coisas são: eu não serei resgatada por um príncipe, mas por mim mesma até encontrar um amor; o amor vai durar pra sempre no tempo que ele existir, e não vai ser nem o primeiro nem o último amor da minha vida; acredito ainda mais que meu caráter não se define nem se rotula pela quantidade de homens que passaram por minha vida ou por meu corpo porque se o fiz foi por desejo, prazer, por me sentir extremamente à vontade com aquela pessoa e talvez as coisas fiquem bem ou não, vai saber!
Cansei de esperar que as pessoas me encarem com outros olhos, sou isso e quem quiser me conhecer melhor, seja bem vindo, mas sou coerente comigo mesma em qualquer situação, desde o estado de sobriedade ao de embriaguez, de pileque, vou confidenciar, sou mais mulher, mais impulsiva, mas mesmo assim sou eu mesma, no mesmo corpo recipiente e o meu valor é definido única e exclusivamente pela minha responsabilidade comigo mesma e pelo amor próprio que não abro mão, seja em qualquer situação. Meu valor vem do fato de eu não dever nada a ninguém, de cuidar de mim, de ser amorosa e educada com o próximo e da minha honestidade. Isso sou eu e nada mais.
E tudo o mais, o meu cansaço, o meu desejo em tê-lo e todas as minhas dúvidas se ele vai ligar ou não, se ele vai me convidar ou não se ele vai jogar ou se vai me pegar logo, e toda essa impaciência que me assombra não é nada a mais do que viver as coisas, sentir, é apenas isso e eu realmente to confiando no movimento do mundo, nos cinco minutinhos que a vida proporciona de surpresa pra quem sabe eu o conheça melhor, pra quem sabe ele me conheça melhor nessa realidade doida da cidade de mangas voadoras e de trânsito caótico, antes que eu perca toda a voz que me resta e toda a coragem também.
E Martha tem toda razão: "Você é o que ninguém vê".

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu Sou Maiandeua!


Descobrindo a ilha eu acabei me descobrindo também.


Eu sou Maiandeua! E você?


Tô gritando pra não ficar rouca, acordada pra não esquecer, atarantada de tanto viver, viver de Ilha, vida simples, de coração aos saltos, de cabeça leve, de olhar meigo, de balanço de rede, de se jogar conversa fora, de mil possibilidades, ainda em baque regueado, baque de onda, maré, bicho de pé, caiada de sol e desejo latente, sede de braços morenos.


Descobri que de ilha se vive, se tira proveito. Sem lugar comum, sem tempo rei, só tempo hoje e fora da rede de cobertura, dá pra ser verdade lá, dá pra assumir atos e dá pra viver sim a realidade sem dissimular nada, só viver o descomplicado, que toda a parafernália tecnológica somada aos nossos problemas diários não sugere e sem todo aquele não sei o quê de não sei onde que pinta pra colocar caraminhola na cabeça e que serve como vigilante interno, freio ABS do que realmente se deseja ser, fazer, estar.


Eu já estava caduca de ilha, mas só agora entendi, deu um clique sabe, e pela primeira vez eu me permiti, até subi no Mar de Bundas¹, deixei de lado a temperança e fui abduzida pela euforia, não tem nada a ver com carência, clichês ou pieguices, mas tudo é uma coisa de uns olhos que se encontram e se perdem tudo são seres seduzidos pela lua, por um viver urgente, por mais cinco minutinhos, tudo e nada na mesma sintonia: Uns se amam loucamente para sempre e mais seis meses e outros não atravessam o universo paralelo, despertam com a realidade urbe que nos espera, paixão que nasce e morre lá se assemelha à que desvairou Camille, viciou Amy, queimou Joana, prendeu Oscar, e sim, a mesma que motivou a coragem de Anita.


Então eu voltei, cá estou na minha urbana realidade, e mesmo aqui sou a mesma da ilha, uma maravilha de pessoa melhor que surgiu em mim e que conviveu com uma maravilha de outras pessoas que encontrei por lá.


“Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo”. (Camille Claudel)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Amor por Marilyn


Se para mim o amor tivesse um nome próprio, este seria Zeca por causa daquele olhar de primeira vez misturado com “deixa acontecer naturalmente” que rolou naquele Réveillon, naquela Ilha Maravilha que chamo de minha. Zeca por toda a sua espontaneidade, sua molecagem e por aquele sorriso iluminado, estilo Colgate.
Sim seria Zeca este amor próprio, não poderia ser Mário porque foi o primeiro e quem seria louca de amar apenas um? Não poderia ser James, de artista já basto eu. Joca não, porque ele sempre quis demais de mim e eu sou à prestação. Ivan, gordinho safado! Não. Não pela traição, mas pela ilusão. Não para Marco por que ele tinha alguma coisa que não se controla e a ditadora aqui sou eu! E muitos outros nãos porque flertes de passagem apesar de ótimos servem apenas para adquirir experiência e para dar fim à carência.
Mas o amor para mim é adjetivo – inatingível, inalcançável como Jorge¹ e por fim abstrato: não sinto seu cheiro, não posso vê-lo, nem tocá-lo e até senti-lo anda difícil esses tempos, e mesmo que ele seja o sujeito do meu querer, existem parênteses e aspas que preciso considerar.


“A coisa mais fina do mundo é o sentimento” (Adélia Prado).

quarta-feira, 14 de julho de 2010



"Ensaio:

Nesse dia vou querer a vida

com pressa menos intervalo entre uma frase e outra

menos respiração entre um fato e outro

menos intervalos entre um impulso e outro

menos lacunas entre a ação e sua causa

e se Deus não entender, rezarei:

Menos pausa, meu Deus menos pausa".

(Elisa Lucinda)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Musique


Antes de tudo a música sempre foi pra mim a liberdade de andar rodopiando quando criança em volta do meu barrigão, hoje, enquanto adulta cantarolo, e me empolgo com aquela canção que é a minha cara, a bola da vez, a última esperança divina.
Quando ouço aquela música, aquela, a que meus sentimentos mais profundos imploram, peço ao vento que ele carregue minhas frustrações, minhas inseguranças e peço também ao sol de manhãzinha (porque depois das 10h faz mal!) que ele me ilumine de sabedoria e positividade e isso me faz bem demais.


Posso até dizer de uma forma trágica que minha fossa sempre foi a lá musique, sempre chorei ou sorri por causa de uma música, por causa de um término, por causa da vida, sempre essa lágrima e essa alegria no rosto ao mesmo tempo, uma beleza que a vida proporciona de magistral e perfeita que cabe direitinho na gente, no jeito da gente, com a cara da gente, com o sentimento da gente, a mesma e velha história de existir, no sentido de viver e estampar que hoje eu sou mais feliz que ontem. Hoje eu tenho música à mão e no ouvido, tô meio criança de meia calça e barrigão com o meu brinquedo novo made USA, minha caixinha de músicas preferidas, meu MP4... Hoje to de desatino, de riso à toa, de coração latejante.


Mil Beijos Hollywoodianos.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Uns Cigarros


É. todos tentam, mas só uma equipe vence a Copa, e nesse caso, não foi o Brasil (rsrsrs). Não tem graça, sofri uma puta de uma ansiedade durante o jogo (égua da vontade de fumar um cigarro!). Tudo bem passou. Passou mais um dia, minhas melhores amigas viajaram, ou seja, me abandonaram mesmo, e a realidade batendo à porta: solteira, sozinha, um verdadeiro caco! (ah um cigarro!).
Caco mesmo foi ficar numa fila do PROCON às sete da matina de segunda para pegar uma senha que eu não consegui. Acordar cedo pra quê né?! Só pra dar vontade de tomar um café e fumar um cigarro.

Esses dias teem sido branco, branco do papel mesmo, sem palavras, sem rimas, sem paixões, sem amores passageiros, sem flertes, só vazio de mim para os outros ou vice-versa, aí penso no vinho e no cigarro pra escrever alguma coisa, e dá vontade de escrever e dá vontade de fumar essa ansiedade pra ver se dela nasce alguma coisa, pra ver se ela trás poesia pra vida.

‘- Tudo bem Marilyn é Julho’. Repito para mim mesma, além da E-S-C-O-V-A-D-E-D-E-N-T-E habitual pra ver se eu acredito que tudo vai dar certo e daqui a alguns dias eu vou estar no mar, no sol, na boemia de Algodoal com meus queridos amigos. (esperança é a ultima que morre).

Tô seguindo meu cotidiano de abstinente, de ex fumante, ex namorada de alguém, ex amor, ex tanta coisa, e me pergunto coisas que eu não sei bem porque e eu não sei por que eu to com vontade de chocolate se nem gosto e também não sei por que eu quero tanto um cigarro... Por que por que por que por que?

Por que mesmo eu parei de fumar?

Ah tá lembrei, mas não posso contar!

Bjs hollywoodianos

quarta-feira, 23 de junho de 2010

E-S-C-O-V-A-D-E-D-E-N-T-E


Ele ficou mudo: escova de dente
Ele não ficou nu, não arrancou as tuas vestes com os dentes: escova de dente
Não te olhou com aquele olhar de última mulher da vida dele: escova de dente
Ele queria algo mais: escova de dente
Ele não fez juras, mas deixou a toalha molhada em cima da cama: escova de dente
Você o ama de uma forma que ele não te ama: escova de dente.


[Um relacionamento entra em crise. Farpas, tapas, escárnios para todos os lados... A gota d’água? Uma escova de dente foi usada indevidamente por outra pessoa que não a dona da mesma. A porta bateu. Uma pessoa foi embora, a outra se culpou. Ansiedade deu as caras, frustração também... Outro dia nasceu, a pessoa voltou e trouxe consigo pra lá de 10 escovas de dente pra deixar claro o tamanho absurdo que damos às pequenas coisas...ESCOVA DE DENTE].


Escova de dente pra tudo: Pra quando a gente acorda com o despertador azucrinando no criado-mudo. Quando enfim lembra que ele não ligou, não se despediu. Quando alguém no andar de baixo grita, esbraveja e ainda não são nem 7 da matina! Quando pensa na carteira vazia, nas contas a vencer, nas festas que você não vai comparecer, na boca que você por um bom tempo ou nunca mais vai beijar. Escova de dente ainda para aquele que te rejeitou, para o trânsito infernal, para a fila do banco, para a caixa postal que te atende e não ele, para aquela pedra no meio do caminho.
Tudo é escova de dente ultimamente, meu mantra habitual, os meus 10 segundos antes de pirar, antes de ligar, antes de mandar uns tantos pra longe, antes de gritar com a mãe e o cara que está atravancando o trânsito, antes de fazer uma loucura e antes da tempestade em copo d’água, antes de ser doida ou normal demais.
ESCOVA DE DENTE PRA VOCÊ TAMBÉM!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Escolho Me Encontrar


Me perdi por 265 dias, mas voltei mais atenta do que nunca.
De repente me vi como a mulherzinha que eu não sou.
E-S-C-O-V-A D-E D-E-N-T-E dez vezes pra acabar com a ansiedade.
Peguei uma carona a tempo e retomei meu caminho e eis que me encontro totalmente exausta de andanças, estou de volta, mais disposta a tirar os pés do chão.
Agora o que é ser tudo isso, ser parte integrante deste todo – universo ao qual pertenço na minha cidade de mangas voadoras? É ser caracteristicamente e por sobrevivência um tanto boêmia e sonhadora. E como eu sonho: banho de mar, cheiro de ilha, morango com coca cola, aquele olhar fixo, cigarro na mão, ideia na cabeça, palavra no dedilhado da tecla do Notebook menos burguês que existe, a areia grossa do rio, a gélida água do Sana, pessoas sempre... Tanta coisa mundana e complexa.
Ando à La Marilyn.
Não sou mais aquela que tinha tanto medo de perder, de fracassar.
E hoje, de volta sou outra. Na noite furtiva vou ao Carmo montada, viro todas madrugada a dentro e de manhãzinha volto alta de salto oito pra casa contente. Ressaca? Sim, é claro, mas com todas as coisas no lugar, todas as lembranças.
Essas coisas de fim de semana, de muitos amigos, de escolhas, de opções várias, de tantas observações se devo ligar agora ou depois, ou não ligar, de insistir ou desistir, ou nem isso, se jogo agora ou digo: vem me pegar, enfim, a vida noturna, a vida que sempre tem os seus cinco minutos de surpresa, nunca pensei que fosse fácil, mas estou aqui livre sendo eu de novo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

24h (Papo de Boteco)

Nesse mundo globalizado e on line quase tudo é vinte e quatro horas: postos de gasolina, supermercados, farmácias e até os shoppings durante o Natal, pois bem, quase tudo, os bares não. Tudo bem, não digo vinte e quatro, mas pelos menos doze horas. Por que valorizar apenas os insones, consumistas e hipocondríacos? E os boêmios, onde é que ficam nisso? É a vida moderna, todos em busca de uma válvula de escape: uns comprimidos, outros álcool.
Ok. Boêmia sim, alcoólatra não! Sim, eu sou a favor dos bares abertos até seis da matina. Sim, eu adoro uma cervejinha nos fins de semana. Sim, eu preciso dar uma folga para a cachola, ver gente bonita, interessante e que definitivamente não tenham nada a ver com o meu cotidiano de publicitária neurótica. Preciso de um B – A – R.
Eu integro o time dos que gostam de esticar a noite até o primeiro raio de sol, beber do copo do prazer por mais tempo, apreciar, degustar tudo... Por que não?! Já parou para pensar como é difícil encontrar os amigos num bar legal, tomar uma cerveja altamente gelada, conversar sobre coisas interessantes, engraçadas e etc e no melhor do papo, no melhor do tira-gosto, mais ou menos às duas horas da manhã ter que ir embora? ‘Ué já acabou o nosso tempo?’ Você pensa. É difícil, é muito difícil. Não dá!
Passei por isso recentemente e não tinha percebido a dificuldade até eu sair de casa depois da meia noite (o habitual era sair às 22h). Paramos no Ventura, mesa ok, cerveja ok, papo vai papo vem e às 02h, adeus! Depois disso foi uma peregrinação pela Doca: Dom Bar lotado e morrendo já, Zero 21, mesa ok, cerveja ok, mas vinte minutos depois “fora!” disse o garçom, mal deu tempo de usar o WC (esse foi recorde!), alguns passos à frente e encontramos o Old School-não-sei-mais-o-quê-Bar (eita nome grande!), este sim estava abertíssimo, mas só servia Long Neck para os desprovidos de mesa, e mesa lá é uma coisa difícil, dada a já famosa moda Barística do Paraense (pinta um Bar novo e pronto ninguém arreda o pé de lá!) e enfim, nos contentamos com o balcão mesmo, tomamos nossa cerveja até sermos expulsos de novo, já conformados, às cinco da matina. ‘Foi quase lá dessa vez!’ pensei.
Então, se você é boêmio ou se identifica com a situação, da próxima, saia mais cedo de casa!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Marilyn X Estagiária





Nos meus 6 anos de formada em Publicidade & Propaganda eu já trabalhei em vários lugares, dos mais variados setores, mas meu primeiro trabalho foi como redatora estagiária numa agência de esquerda daqui e eu era tão disposta, tão àvida por conhecimento, ou seja, estava começando, ainda no meu terceiro semestre de faculdade e desesperada por prática e consegui essa vaga e andava sonhando alto, com minhas ambições todas em seus lugar, mal sabia eu, que ainda havia tanta coisa a viver, permanecer em mim para que só então eu decidisse ficar, encontrar realmente o que eu queria.
Mas eu me orgulho em olhar para trás, nessa vivência de estágio e perceber que apesar das dúvidas, das inseguranças, das ambições eu nunca disse 'não' aos meus superiores, nunca perdi a humildade em pedir uma explicação, um ensinamento, um desejo e nunca, mas nunca pisei em ninguém para conseguir o que queria, infelizmente não posso dizer isso dos atuais profissionais que as faculdades, às pencas atualmente, teem despejado no mercado como máquinas desesperadas por reconhecimento, e pude topar com uma dessas aqui, nesta agência de trinta e tantos anos, uma pessoa de narizinho em pé, saltos agulha, um quilo de pó e a arrogância em riste.
A última foi a do meu diretor promover um embate entre ela e eu, me colocar numa situação em que eu realmente deveria passar por cima dela para conseguir a aprovação do cliente para com a minha campanha e isso já não foi legal, e além de tudo, tombrar com ela pelos corredores e percebê-la completamente extasiada com a possibilidade de passar por cima de mim. Isso me deu uma raiva que fui além, me armei com todas as minhas euforias no trabalho, e me lancei no confronto com a minha armadura coberta de experiência e combinada com o nível de criatividade que o cliente (uma faculdade) tem a capacidade de aceitar, o que não é lá muita coisa, e o resultado taí (vou colocar em seguida para vocês verem).
Foi um dia inteiro de apresentações e adivinhem só: E não é que a faculdade decidiu permanecer com a campanha de vestibular do ano passado? É a pura verdade. Nem eu nem ela, apenas o passado. Uma lição e tanto para que cada uma se coloque no seu devido lugar e que eu aprenda de uma vez por todas que esse cliente não tem jeito mesmo!
huahauhauahuha

terça-feira, 4 de maio de 2010

Taí


Tudo bem. Você pediu e eu vim, mas vou logo avisando que vim como a “força luminosa que ao mesmo tempo cega e dá uma nova visão”¹.
Não te direi o que penso com sutileza, isso é para amigas nervosas. Não. Te direi tudo na cara sem paliativos porque isso é o que eu sou: o contrário de você!
Então tá. Serei direta.
Não tá satisfeita com o trabalho? Sai fora!
Rasga de uma vez essas fotos que guardas do passado com tanto carinho.
Senta na frente daquele teu computador... Como é mesmo que chamas? Notebook burguês é isso, e escreve e escreve e pensa até sair alguma coisa que valha a pena ler, mas faz alguma coisa, escreve um livro e pelo amor de Deus apenas seja quem você quiser tá!
Sem mais no momento.

Bjunda.

Marilyn.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Santo Jorge Santo.

Esses últimos dias têm sido para mim penosos por tanta confusão na mente por tanta mudança repentina e como me atrevi a dramatizar minha sorte e como a reneguei porque é isso mesmo que os pobres mortais fazem, mas eu cansei de rezar para todos os santos, cansei de maldizer os atos das pessoas que passaram por minha vida e cansei até de ter pena de mim e de ficar choramingando pelos cantos, então hoje, sexta, dia de Jorge só vou rezar pra ele, cantar pra ele e até dançar alguma coisa que seja pra ele porque hoje é o dia dele, é dia também de Black Soul Samba (que é de Jorge, mas é Ben) e de Corpo Santo. Tudo pra ele.

Se vocês puderem conferir vão gostar!

Ah e outra: Sabe aquele tal concurso que mencionei aqui? Até que o texto rolou, mas o layout não ficou muito legal, então, provavelmente este mês meu nome não vai estampar o Diário do diariamente necessário, mas quem sabe no próximo vocês não me vêm por lá?! Estou batalhando para isso!

Poeminha de Jorge


Ô São Jorge me arruma uma capa

Uma capa bordada em flor

Pra eu rodar como uma fada

E trazer de volta o amor.

Quem sabe a tua força que eu sei que é infinda

Traz aqui pra minha cuca uma idéia louca

Daquela que pinta

como a última bolacha do pacote que se leva à boca

Tá bom eu vou deixar só de pedir

Tá na hora de olhar ao redor

Tá na hora mesmo é de sorrir

E deixar de pensar no pior

Ah São Jorge tá uma beleza

Essa festa pra ti

Tem teatro, samba e prosa pra te colorir

E não falta mais nada, os copos estão na mesa

Podem se servir.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Crise, Batom e Ainda o Diário.

Caro Leitor,

se tiver alguém aí por favor responda:
Você lembra daquela campanha da Garoto para o chocolate Batom??? Aquela mesma. Um garotinho fofo hipnotisando o grande público em cadeia nacional. "Compre Batom. Compre Batom. Seu filho merece Batom", pois é, hoje eu tô merecendo um chocolate Batom para adoçar o meu hálito de café de noites mal dormidas pensando em como hipnotizar o grande público com o tal concurso do Diário. Diariamente necessário. Necessidade mesmo é a minha em criar algo bom, diferente. Intuir como a Mãe Diná a necessidade do cliente e o desejo do leitor, pra quem sabe o meu nome estampar a edição dos melhores anuncios do mês de abril na categoria institucional.
Minha missão é dificil. Cliente dificil. Público-alvo dificil, claro um monte de adolescentes! Quem não seria dificil! Ou seja: agradar a gregos e troianos.
Tô aceitando sugestões e vou postar aqui as minhas tentativas, sejam elas frustradas ou não.
Sds,
Angelita Francis
Redatora em crise de inspiração.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sobre Concursos, Aspirinas e Pessoas.




Segunda. Cabeça ainda em baque regueado e é preciso produzir, compor algo que preste, algo que seja uma grande idéia, aquelas do tipo ‘último biscoito do pacote’. E a cabeça vazia.
Oito e meia e reunião. Pessoas e mais pessoas em volta de uma mesa que não é redonda e que não vai dar em lugar nenhum.
- “Uma grande idéia precisa nascer para participarmos do concurso do Diário”. Disse meu diretor amigável.
- “Vocês, pessoas, tanto do atendimento quanto da criação precisam trabalhar juntas. Unir forças pra gente trazer o prêmio pra casa”. Disse meu diretor agora enérgico, motivador.
Na minha cabeça só vinham as palavras: concurso, pessoas e aspirina por favor!
E eu também pensei em coisas do tipo:
- Como é que vamos criar algo incrível para clientes cabeça de azeitona?
- Qual é o prêmio mesmo?
- Tô vendo que vai ficar tudo nas costas da redatora: Eu.
- Grande idéia cadê você?
E eu olhava para os meus colegas de criação, completamente ausentes, quase mortos, mudos, aquela coisa de me-tira-daqui-por-favor, quase sabedores de mais um fracasso, mas é isso aí vamos dar o nosso melhor. Vamos ser criativos. A peça vai ficar do caralho, mas o cliente vai querer o feijão com arroz de sempre e a gente vai meter o rabo entre as pernas, não vai ganhar prêmio nenhum e vamos continuar com o nosso vale da cerveja do fim de semana e é isso. Sempre isso e o único concurso que talvez participemos e talvez sejamos aprovados é aquele de servidor público, do qual todo o publicitário tem medo de sucumbir, quase como morrer, como a criatividade se esvair diante do processo da vida, diante de nossas necessidades cada vez mais fúteis, de nossas mais assombrosas obrigações para encher nossos bolsos com o dinheiro que alimenta a sociedade paraense e nada mais do que isso.
Funcionários de um sistema sem espaço para o criar com mesas empilhadas de papéis burocráticos, envelopes pardos e tecnologia ruim. Sem computadores de última geração ou notebooks burgueses apenas a insustentável penumbra da burocracia em cima de nossas cabeças para sempre.
Deus me livre! Preciso urgentemente criar e ser reconhecida pra não virar uma frustrada mal amada funcionária pública com roupas formais em tons pastéis cercada de gente de roupa formal em tons pastéis e o TAC TAC do salto nos corredores.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Sem Marilyn no momento...


Apesar dos esforços em escrever algo bacana e menos pessoal possível, de acordo com as coisas que estou sentindo agora, desde muito, de hoje eu não consegui encarnar Marilyn...Ela foi dar uma volta, afinal hoje é sexta, e nesta folga, acabou eu aqui tristonha e sozinha.
Alguém aí me dá uma ajuda? Tem alguém aí pelo menos?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

M de Marilyn. D de Ditadora.


Ele era o James Dean e ela era a Marilyn Ditadora dessa saga hollywoodiana sem pé nem cabeça que era o relacionamento que nasceu banhado pela água salgada da minha Ilha Maravilha.

Nasceram clandestinos, permaneceram ilegais no amor, paixão e desejo, tanto que de um estado de inanição se perderam na busca de outros prazeres...

Foi assim que tudo começou: uma personagem, uma mulher completamente diferente, mas ao mesmo tempo parecida comigo.

Ela bebe de tudo, inclusive cerveja. Uma rude-egoísta-doce-narcisista. Procura rugas de expressão nos espelhos que passa. Adora viver o errado, o inviável só para ter certeza da incrível propensão às aberrações da vida. Tem sempre um plano 'B', uma carta na manga para sair das situações mais difíceis ou daquelas que causam lágrimas nos olhos.

Ela tem habilidade de sobra de ficar puta e demonstrar isso. É impressionante a capacidade de cuspir ou vomitar provocações e escárnios na cara dos outros. Ah, ela não come carne de porco e isso é uma das afinidades que nos envolvem, e tem a parte das drogas ilícitas que ela também não curte, prefere o Marlboro e a Coca - Cola. Tem a útil capacidade de andar em linha reta, mas me faz tirar vez ou outra os pés do chão. Isso é o efeito Marilyn sobre mim.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Angelita & Marilyn - 500 dias, um coração aos saltos, muito frio na barriga e várias histórias.


Baseado no alterego Marilyn Ditadora, o desafio: 500 dias, 500 textos diferentes. desafiante: Angelita Francis, a mente criativa. Redatora de dia e aspirante a escritora nas horas vagas. Arriscando-se pela primeira vez, dedicando-se totalmente a viver a personagem de acordo com seus métodos e práticas na vida profissional, pessoal e onde mais couber.

Uma louca missão de transpor limites e encontrar um caminho para mim mesma como Alice no País das Maravilhas ou simplesmente eu, gente melhor, mesmo que para isso seja necessário mandar uns pra longe, receber críticas e desafiar toda uma sociedade.

E por que Marilyn? Por que ela é o avesso de mim. Solta, louca, rebelde, simples, prática e extremamente corajosa. Assim como todo escritor precisa de inspiração, ela será a minha nesta empreitada, e será evidente essa influência em tudo o que eu faço, desde o que escrevo, no que crio (meus textos publicitários), na vida amorosa e no lutar diário do meu emprego que é o que menos me desafia, me chama pra guerra e me paga direito. Tá explicado. É isso. Somos duas mulheres agora e ninguém pode prever onde isso vai dar. Entre para nos conhecer melhor.