quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Hoje é Dia D


Hoje eu quero escancarar algumas coisas que andam trancadas, que eu finjo que não vejo. Não, eu não vou falar do que acelera meus batimentos cardíacos, nem vou falar do mistério da paixão, do desassossego da ansiedade, dos escárnios sobre o ser amado e muito menos da beleza do amor. O que eu vou falar é da realidade da pobreza, pobreza social, econômica do meu estado, aquela que me deparo todos os dias por trás dos meus mais fúteis sentimentos, por trás do meu wayfarer vermelho e a mesma que enxergo com os cabelos esvoaçantes ao passar apressada pilotando a minha Vespa 1963.

Sim hoje é dia D. Hoje é dia de Marilyn, de Marilyn cidadã, não ditadora. É dia das minhas convicções, mas também da flexibilidade em escutar a opinião alheia, democraticamente discordar ou concordar, escolher assimilar ou não, mudar ou não, votar ou não, enfim, olhar para outras coisas e pessoas que não sejam o meu próprio umbigo, coisa que, diga-se de passagem, eu não me orgulho em assumir, assumir que estou meio alienada no que diz respeito ao cenário político, que meus argumentos, meu discurso está mais apaixonado do que deveria e que na verdade estou mais ‘in’ na moda do que na política, mas eu estou aqui, consciente da minha situação, de que preciso descobrir uma porrada de coisas.

Então eu percebi que eu precisava sentar a bunda na frente do meu Notebook burguês e pesquisar, seja sobre a validade dos votos brancos e nulos ou as propostas dos candidatos, e ao mesmo tempo observar com mais cuidado para a minha, a nossa realidade desta cidade de mangas voadoras, desse estado que não vai sediar a Copa, tudo bem que a Copa traria investimentos ao estado e blá blá blá, mas passou, já era, pelamordedeus vamos deixar pra lá todas essas conjecturas, todas as coisas supérfluas e pensar mais na educação que hoje é a lanterninha do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), nas filas dos postos de saúde, nos baixos índices de desenvolvimento econômico, no trabalho escravo, infantil, nos conflitos de terra e na violência diária. Vamos parar pra pensar e deixar de dizer que nunca o Pará foi essa Coca-Cola toda e que nunca vai ser. Vamos pensar em soluções porque eu não aguento mais olhar praquele senhor deficiente, morador de rua e não poder fazer nada, nada no sentido de lhe dar mais atenção, saúde e moradia, o máximo que eu posso fazer é me solidarizar, doar alguma coisa e votar pra ver se algum político faz alguma coisa por ele, por nós, pelo Pará, pelo Brasil... Mas quem??? “E agora: Quem poderá nos defender?”

Vamos dar um ‘plus’ no Pará, no Brasil com o nosso voto consciente. Vamos pensar melhor!