
Hoje eu fumei um cigarro só para provar que eu sou livre no meu desapego da mesma forma em que posso me livrar dele. Fica só o trabalho pra minha cabeça dolorida de tanto pensar.
Assim como outro dia eu trôpega despejei algumas palavras torpes no ouvido alheio de tanto que elas me ensurdeciam e eu tentava afogá-las no meu status de mulherzinha-trintona-nem-aí-pra-qualquer-coisa-que-fosse. Pura mentira. Eu to aí sim para um monte de coisas: pra essa indiferença momentânea que brota dele, pros comentários que não são escritos neste blog que eu não sei se alguém lê, pro telefone que não toca, pro e-mail que não chega, pras coisas que eu sinto e que eu deixo quietas num canto, coisas que eu não tenho muita coragem de evidenciar e principalmente pra esse desejo que vive me acordando no meio da noite, uns suores, uma quentura, coisa que eu tenho certeza que não é menopausa (antes que alguém dê a ideia!).
Pô não faço questão de papel passado, anel de compromisso, apelidos de amor... Faço questão de um desejo que seja recíproco, de um querer que não se atenha no coração e que seja expresso, de um sexo cheio de excitação e gozo, de um cinema de mãos dadas, de uma conversa de olhos nos olhos, onde a única coisa a ser dita é a verdade sempre, de alguma coisa que não seja evitada, que se deixe rolar, que haja certo entrosamento, que se perceba que os sentimentos, sejam eles quais forem já existem, o resto é conseqüência da vida mesmo, e só. Ponto. Mas tá tudo tão complicado que eu me sinto brochando por querer desabrochar um sentimento qualquer.