terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hoje Por Marilyn Ditadora


Hoje eu fumei um cigarro só para provar que eu sou livre no meu desapego da mesma forma em que posso me livrar dele. Fica só o trabalho pra minha cabeça dolorida de tanto pensar.

Assim como outro dia eu trôpega despejei algumas palavras torpes no ouvido alheio de tanto que elas me ensurdeciam e eu tentava afogá-las no meu status de mulherzinha-trintona-nem-aí-pra-qualquer-coisa-que-fosse. Pura mentira. Eu to aí sim para um monte de coisas: pra essa indiferença momentânea que brota dele, pros comentários que não são escritos neste blog que eu não sei se alguém lê, pro telefone que não toca, pro e-mail que não chega, pras coisas que eu sinto e que eu deixo quietas num canto, coisas que eu não tenho muita coragem de evidenciar e principalmente pra esse desejo que vive me acordando no meio da noite, uns suores, uma quentura, coisa que eu tenho certeza que não é menopausa (antes que alguém dê a ideia!).

Pô não faço questão de papel passado, anel de compromisso, apelidos de amor... Faço questão de um desejo que seja recíproco, de um querer que não se atenha no coração e que seja expresso, de um sexo cheio de excitação e gozo, de um cinema de mãos dadas, de uma conversa de olhos nos olhos, onde a única coisa a ser dita é a verdade sempre, de alguma coisa que não seja evitada, que se deixe rolar, que haja certo entrosamento, que se perceba que os sentimentos, sejam eles quais forem já existem, o resto é conseqüência da vida mesmo, e só. Ponto. Mas tá tudo tão complicado que eu me sinto brochando por querer desabrochar um sentimento qualquer.