segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu Sou Maiandeua!


Descobrindo a ilha eu acabei me descobrindo também.


Eu sou Maiandeua! E você?


Tô gritando pra não ficar rouca, acordada pra não esquecer, atarantada de tanto viver, viver de Ilha, vida simples, de coração aos saltos, de cabeça leve, de olhar meigo, de balanço de rede, de se jogar conversa fora, de mil possibilidades, ainda em baque regueado, baque de onda, maré, bicho de pé, caiada de sol e desejo latente, sede de braços morenos.


Descobri que de ilha se vive, se tira proveito. Sem lugar comum, sem tempo rei, só tempo hoje e fora da rede de cobertura, dá pra ser verdade lá, dá pra assumir atos e dá pra viver sim a realidade sem dissimular nada, só viver o descomplicado, que toda a parafernália tecnológica somada aos nossos problemas diários não sugere e sem todo aquele não sei o quê de não sei onde que pinta pra colocar caraminhola na cabeça e que serve como vigilante interno, freio ABS do que realmente se deseja ser, fazer, estar.


Eu já estava caduca de ilha, mas só agora entendi, deu um clique sabe, e pela primeira vez eu me permiti, até subi no Mar de Bundas¹, deixei de lado a temperança e fui abduzida pela euforia, não tem nada a ver com carência, clichês ou pieguices, mas tudo é uma coisa de uns olhos que se encontram e se perdem tudo são seres seduzidos pela lua, por um viver urgente, por mais cinco minutinhos, tudo e nada na mesma sintonia: Uns se amam loucamente para sempre e mais seis meses e outros não atravessam o universo paralelo, despertam com a realidade urbe que nos espera, paixão que nasce e morre lá se assemelha à que desvairou Camille, viciou Amy, queimou Joana, prendeu Oscar, e sim, a mesma que motivou a coragem de Anita.


Então eu voltei, cá estou na minha urbana realidade, e mesmo aqui sou a mesma da ilha, uma maravilha de pessoa melhor que surgiu em mim e que conviveu com uma maravilha de outras pessoas que encontrei por lá.


“Enquanto estiveres vivo, sente-te vivo”. (Camille Claudel)

Um comentário:

Felipe Fonseca disse...

Essa ilha é mágica... Ir à Vila de Algodoal sempre me faz muito bem, também. Acho que a grande questão é que a natureza revigora nossas energias, que se esvaem lenta e diariamente todos dias nesse mundo urbano que construímos e no qual vivemos. Eu sinto que o reencontro com a natureza é um reencontro do homem com ele mesmo; com sua verdadeira essência. Olhar as coisas criadas: o mar, a lua, as árvores balançando ao vento, o mar batendo nas pedras, nos aproxima do divino e nos enche de nós mesmos. Então aproveita bem a carga!!! Beijos.